28 de junho de 2015

CRÍTICA: NOW!

Now, Santiago Alvarez, 1965

por Victor Leite



O videoclipe da revolução

Censurada nos E.U.A por ser “subversiva demais”, a música Now, de Lena Horne, declara em sua letra: “a mensagem dessa música não é sútil...”. Como poderia então o curta cubano que tem essa música como trilha sonora seguir esse caminho? A mensagem é direta, incisiva e inquietante. Usando diversas imagens dos anos 60 dos E.U.A, quando a luta pelos direitos civis dos negros atingiu seu pico, o curta usa de imagens chocantes para passar sua mensagem. Repressão policial, uma analogia ao nazismo e KKK, podemos perceber que nesse vídeo o governo dos E.U.A é o grande vilão. Com pouco mais de cinco minutos de duração, o curta pode ser visto como um videoclipe para canção, inclusive sendo considerado como o primeiro videoclipe da história. Os significados dos dois sem complementam e juntos, formam um curta metragem poderoso e com um significado explícito. Dialoga com a revolução cubana, com os embargos comerciais contra Cuba e explora essa veia vilanesca dos Estados Unidos, tentando pintar essa imagem enquanto usa a história do próprio país. Há também um paralelo com os tempos atuais, em que protestos ao redor do mundo encontram violenta repressão policial. Mas como Lena Horne avisa na canção: O momento é agora!

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