30 de julho de 2015

CRÍTICA: Minions

Minions, 2015, Pierre Coffin e Kyle Balda

por Victor Leite


Pequeno, amarelo e cansativo 

No não tão longínquo ano de 2010, estreava nos cinemas Meu Malvado Favorito. Um filme não particularmente memorável, nem particulamente engraçado. Era a sessão família-B. Sendo o primeiro filme da Illumination Entertainment, divisão da Universal, o filme foi um sucesso de público absoluto, arrecadando mais de 500 milhões de dólares. Obviamente, veio a sequência. Com um orçamento de apenas 7 milhões a mais que seu antecessor, o filme conseguiu o feito de arrecadar quase 1 bilhão de dólares. Uma mina de ouro. Mas qual é a explicação do sucesso dessa franquia? O visual engraçadinho? O humor baseado em gags visuais? Podemos encontrar isso nos Minions, os pequenos ajudantes do protagonista desses dois filmes. E como já aprendemos em Hollywood, o que fazemos quando se acha uma mina de ouro? Você cava.

Programado inicialmente para dezembro de 2014, o filme foi adiado para Julho de 2015, já que Meu Malvado favorito 2 havia sido lançado em uma época semelhante e seu sucesso como blockbuster de verão foi estrondoso. O marketing para Minions, inclusive, começou cedo. Desde 2014, teasers dos simpáticos seres amarelos fazendo engraçadisses antes dos filmes já eram mostrados. E mostrados. E mostrados. Uma hora cansa.

Servindo como um spin-off para a série principal, Minions pretende contar a história dos amarelinhos antes de conhecerem Gru: Desde a sopa primordial, os pequenos seres procuram vilões para servir, e cada vez que acham uma ameaça maior, vão atrás até inevitavelmente causar a morte de seus mestres. Nos anos 60, depois de muito tempo isolados e sem um propósito para viver, três corajosos membros daquela sociedade amarela decidem se aventurar pelo mundo e achar o próximo grande vilão ou vilã que fará jus ao nome de mestre.

Com uma infinidade de piadinhas sem graça e referências a cultura britânica (a maioria do filme se passa em Londres), o filme parece tentar ser bom e você pode até ficar triste por ele não conseguir. Eles parecem tentar emular aquele humor inteligente de algumas animações, com piadas de duplo sentido (que garantem que as pessoas que levam as crianças vão se divertir tanto quanto elas) e temas que procuram falar com toda a família. Bem, esse não foi o caso. Com 92 minutos, o filme poderia perder pelo menos metade da duração.  

A dublagem é outro ponto negativo. Recentemente, nem mesmo as dublagens estão recebendo a qualidade de outrora. Se em Detona Ralph, pouquíssimas escolhas da versão nacional foram acertadas, podemos contar nos dedos as vozes brasileiras que funcionaram nesse. Eu, pessoalmente, conto em um: os minions. E eu realmente não sei se eles foram dublados.

Se você realmente não tem nada pra fazer e quer fazer um agrado e levar seu parente menor pra passear, sugiro passar longe. Um passeio de bicicleta no parque, um sorvete de chocolate ou até uma sessão de Shrek ou Procurando Nemo no notebook vão ser bem melhor. No final das contas, se você quiser realmente ver, não espere rir até cair no chão. Só tenha em mente que ano que vem provavelmente vai ter outro filme com esses simpáticos baixinhos, que sim, tem sua graça, mas 90 minutos deles podem ser incrivelmente cansativos.

Cave. Cave. Cave. E convenhamos, o ouro nunca vai acabar, por que somos nós que alimentamos a mina.

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