Minions, 2015, Pierre Coffin e Kyle Balda
por Victor Leite
Pequeno, amarelo e cansativo
No não tão longínquo ano de 2010, estreava nos cinemas Meu Malvado Favorito. Um filme não particularmente
memorável, nem particulamente engraçado. Era a sessão família-B. Sendo o
primeiro filme da Illumination Entertainment, divisão da Universal, o filme foi
um sucesso de público absoluto, arrecadando mais de 500 milhões de dólares.
Obviamente, veio a sequência. Com um orçamento de apenas 7 milhões a mais que
seu antecessor, o filme conseguiu o feito de arrecadar quase 1 bilhão de
dólares. Uma mina de ouro. Mas qual é a explicação do sucesso dessa franquia? O
visual engraçadinho? O humor baseado em gags visuais? Podemos encontrar isso
nos Minions, os pequenos ajudantes do protagonista desses dois filmes. E como
já aprendemos em Hollywood, o que fazemos quando se acha uma mina de ouro? Você
cava.
Programado
inicialmente para dezembro de 2014, o filme foi adiado para Julho de 2015, já
que Meu Malvado favorito 2 havia sido lançado em uma época semelhante e seu
sucesso como blockbuster de verão foi estrondoso. O marketing para Minions,
inclusive, começou cedo. Desde 2014, teasers dos simpáticos seres amarelos
fazendo engraçadisses antes dos filmes já eram mostrados. E mostrados. E
mostrados. Uma hora cansa.
Servindo
como um spin-off para a série principal, Minions pretende contar a história dos
amarelinhos antes de conhecerem Gru: Desde a sopa primordial, os pequenos seres
procuram vilões para servir, e cada vez que acham uma ameaça maior, vão atrás
até inevitavelmente causar a morte de seus mestres. Nos anos 60, depois de
muito tempo isolados e sem um propósito para viver, três corajosos membros
daquela sociedade amarela decidem se aventurar pelo mundo e achar o próximo
grande vilão ou vilã que fará jus ao nome de mestre.
Com uma
infinidade de piadinhas sem graça e referências a cultura britânica (a maioria do filme se
passa em Londres), o filme parece tentar ser bom e você pode até ficar
triste por ele não conseguir. Eles parecem tentar emular aquele humor
inteligente de algumas animações, com piadas de duplo sentido (que garantem que
as pessoas que levam as crianças vão se divertir tanto quanto elas) e temas que
procuram falar com toda a família. Bem, esse não foi o caso. Com 92 minutos, o
filme poderia perder pelo menos metade da duração.
A dublagem
é outro ponto negativo. Recentemente, nem mesmo as dublagens estão recebendo a
qualidade de outrora. Se em Detona Ralph, pouquíssimas escolhas da versão
nacional foram acertadas, podemos contar nos dedos as vozes brasileiras que
funcionaram nesse. Eu, pessoalmente, conto em um: os minions. E eu realmente
não sei se eles foram dublados.
Se você
realmente não tem nada pra fazer e quer fazer um agrado e levar seu parente
menor pra passear, sugiro passar longe. Um passeio de bicicleta no parque, um
sorvete de chocolate ou até uma sessão de Shrek ou Procurando Nemo no notebook
vão ser bem melhor. No final das contas, se você quiser realmente ver, não
espere rir até cair no chão. Só tenha em mente que ano que vem provavelmente
vai ter outro filme com esses simpáticos baixinhos, que sim, tem sua graça, mas
90 minutos deles podem ser incrivelmente cansativos.
Cave. Cave.
Cave. E convenhamos, o ouro nunca vai acabar, por que somos nós que alimentamos
a mina.